Um clássico entre os clássicos.
Percebe-se porquê.
Quando terminam as três horas e meia de exibição o espectador
sente-se órfão de uma imensa obra estética, de um colossal filme de acção, de
um emocionante arquivo literário de tragédia, comédia, coboiada, romance pungente,
duelos de espadeirada, emboscadas e tácticas bélicas, lágrimas dilaceradas e
profundo sentimento moral.
Tudo ali está encerrado, numa linha narrativa perfeita e imparável. No
século XVI, uma aldeia perdida entre montanhas e florestas é constantemente
assaltada por um bando de bandidos que lhes rouba o produto das colheitas e as
mulheres. A única solução é contratarem samurais. Em número de sete. O problema é que não têm
dinheiro para tal. Miseráveis camponeses! Miseráveis mercenários! Valha-nos a
moral que dita a defesa dos mais desprotegidos, que de mentira e sovinice
também sobrevivem!
É impossível não vermos duplicados em «Os Sete Magníficos» (John
Sturges, 1960), «Doze Indomáveis Patifes» (Robert Aldrich, 1967), «Assalto à
13ª Esquadra» (John Carpenter, 1976), «Kill Bill» (Quentin Tarantino, 2003 /
2004), «Cavalo de Guerra» (Steven Spielberg, 2011), «Bacurau» (Kleber Mendonça
Filho, Juliano Dornelle, 2019)… Uma imparável lista que serve de homenagem ao requinte
estilizado de um dos maiores filmes de aventuras de sempre!
jef, setembro 2020
«Os Sete Samurais» (Shichinin no samurai) de Akira Kutosawa.
Com Takashi Shimura, Toshiro Mifune, Yoshio Inaba, Seiji Miyagushi, Minoru
Chiaki, Daisuke Kato, Ko Kimura, Kuninori Kodo, Kamatari Fujiwara, Yoshio
Tsuchiya, Ken Shimizu, Jun Tasaki, Isao Yamagata, Jun Tatari, Tatsuya Nakadai, Atsushi
Watanabe, Tatsuya Nakadai, Kamatari Fujiwari, Bokuzen Hidari, Kuninori Kodo, Yoshio
Kosugi, Yoshio Tsuchiya, Yuriko Shimazaki, Keiji Sakakida. Argumento: Shinobu
Hashimoto, Hideo Oguni, Akira Kurosawa. Fotografia (35mm, 1,33): Asakuzu Nakai.
Direcção Artística: Takashi Matsuyama. Música: Fumio Hayasaka. Montagem: Akira
Kurosawa. Japão, 1954, P/B, 207 min.
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