Um
facto é que andamos aos círculos em torno do Sol, percorrendo um recorrente
ciclo de repetições como sempre fazem os dias que se sucedem às noites. Mas na
realidade, a Terra não descreve circunferências mas elipses, e cada dia traz
uma nova imperfeição, um novo erro, um novo desejo, uma nova correcção quantas
vezes gorada.
Este
é um texto premonitório de um futuro que se extingue na tentativa de voltar e chegar
à verdade mais funda (ou mais banal) da vida, ao desejo de plenitude, à
concretização do amor. Esse obscuro objecto do desejo, como diria Luis Buñuel.
São
nove personagens à procura do seu corpo junto do corpo do outro. Por vezes
homem, por vezes mulher. Uma espécie de partilha por partilhar, partilha negada
pela inerente obsessão pela exclusividade do amor final. Amor fatal. Silêncios
que prevalecem. Desejos que se negam. A utópica e abstracta ambição universal de
felicidade.
Talvez
no dia seguinte as coisas se repitam, as coisas se resolvam. Ou talvez não…
Vá,
Andemos!
«A
Circularidade do Quadrado» de Dimítris Dimitriádis Tradução José António Costa
Ideias Com Hugo Tourita, Antónia Terrinha, Inês Pereira, Pedro Caeiro, Nuno
Pardal, Simon Frankel, Bruno Vicente, Nuno Gonçalo Rodrigues e Vânia Rodrigues
Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Encenação Jorge
Silva Melo.
No
Teatro da Politécnica de 23 de Junho a 17 de Julho (3ª a Sáb. às 19h00).
No
CCB – Centro Cultural de Belém de 17 a 20 Junho de 2021.
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