segunda-feira, 26 de julho de 2021

Sobre o disco «Peace or Love» dos Kings of Convenience, EMI 2021























Já em «Quiet Is The New Loud» (Source, 2001), os dois noruegueses Erlend Øye e Eirik Glambek faziam canções para não se ouvirem. Uma espécie de difícil suave-tourch-folk-songs-bossa-nova-simon-and-garfunkel-sufjan-stevens. Canções que até podiam não ter sido escritas. Ou melhor, que já foram escritas um milhão de vezes.

Mas a verdade é que a arte, em especial a arte popular, podia, toda ela, nem sequer existir. A Terra continuaria a rodar elipsando em torno do Sol. Contudo, ela é inevitável, mesmo imprescindível para que os humanos se mantenham vivos e vagamente alegres sobre o planeta.

E na verdade é que, vinte anos depois, os Kings of Convenience têm a falta de vergonha de voltar a gravar mais onze curtas e belas e inaudíveis canções, praticamente apenas acompanhadas à guitarra e cantadas nesse cativante harmónico-uníssono-vocal tal é a conjugação das tessituras de Erlend Øye e Eirik Glambek.

São todas essas voláteis características que fazem com que estes discos rodem permanentemente na minha aparelhagem.

Mas confesso que o que me fez ir a correr comprar o disco foi quando descobri que uma das minhas cantoras fazia por ali coro em duas canções: «Love Is A Lonely Thing» e «Catholic Country». A minha querida Leslie Feist!

 

jef, julho 2021

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