Já
em «Quiet Is The New Loud» (Source, 2001), os dois noruegueses Erlend Øye e
Eirik Glambek faziam canções para não se ouvirem. Uma espécie de difícil suave-tourch-folk-songs-bossa-nova-simon-and-garfunkel-sufjan-stevens.
Canções que até podiam não ter sido escritas. Ou melhor, que já foram escritas
um milhão de vezes.
Mas
a verdade é que a arte, em especial a arte popular, podia, toda ela, nem sequer
existir. A Terra continuaria a rodar elipsando em torno do Sol. Contudo, ela é
inevitável, mesmo imprescindível para que os humanos se mantenham vivos e
vagamente alegres sobre o planeta.
E
na verdade é que, vinte anos depois, os Kings of Convenience têm a falta de
vergonha de voltar a gravar mais onze curtas e belas e inaudíveis canções, praticamente
apenas acompanhadas à guitarra e cantadas nesse cativante harmónico-uníssono-vocal
tal é a conjugação das tessituras de Erlend Øye e Eirik
Glambek.
São
todas essas voláteis características que fazem com que estes discos rodem
permanentemente na minha aparelhagem.
Mas
confesso que o que me fez ir a correr comprar o disco foi quando descobri que
uma das minhas cantoras fazia por ali coro em duas canções: «Love Is A Lonely
Thing» e «Catholic Country». A minha querida Leslie Feist!
jef,
julho 2021
Sem comentários:
Enviar um comentário