Corticeira, Eritrina-crista-de-galo, Bico-de-papagaio, Sapatinho-de-judeu, Flor-de-coral Erythrina crista-galli L.
Família
Fabaceae
Desta
árvore da família das Leguminosas, agora Fabaceae,
é impossível não lhe recordar as flores vermelhas, pendentes, invertidas e em
cacho, talvez um pouco borboletáceas, pétalas carnudas, quilha proeminente e com
um amplo recipiente de néctar na base para atrair aves e insectos
polinizadores. As folhas compostas, trifoliadas, com estípulas e folíolos
glabros, alternam a sua existência decídua com o aparecimento dessas flores cor
de sangue, cor dos eritrócitos, que os gregos bem sabiam nomear a cor – erythrós. O fruto é uma delicada vagem.
Chega, então, aqui, esta árvore caducifólia da América do Sul, do Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Argentina, que pode atingir os 15 metros de altura, de ritidoma encortiçado e acinzentado, chega para embelezar a imaginação humana no que toca ao seu infindável bestiário: eritrina-crista-de-galo, bico-de-papagaio, flor-de-coral. Por acaso, dizem que certos órgãos destas plantas contêm alcaloides sedativos.
Serve também esta árvore para tornar um pouco mais bizarros os jardins, os parques e os arruamentos das cidades. Em Lisboa, por exemplo, pela Praça de Londres ou, mais discreta, na Rua dos Anjos.
O homem, na realidade, sempre tende a esquecer aquilo que os seus olhos avistam diariamente e a sentir-se atraído, desde logo, pelo exótico, pelas cores inusitadas, pela singularidade das formas e cheiros de flores excêntricas. Deste modo definitivo, a evolução selectiva e extravagante das inflorescências da eritrina-crista-de-galo cumpre a sua função reprodutiva, atraindo vespas, borboletas, colibris e humanos para que procedam à respectiva disseminação.
jef,
setembro 2022
*botânica
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