Lódão-bastardo, ginginha-de-rei, lodoeiro, agreira Celtis australis L.
Família
Cannabaceae
Dizem
que existe por cá, de modo espontâneo, em vales encaixados e junto de leitos de
rios pedregosos e com torrente, afloramentos rochosos ou solos frescos, até os 1200 metros de
altitude. Segue o curso do Douro ou do Mondego ou do Tejo. Também não desdenha
o Alto Alentejo.
Pertence,
agora, à mesma família da célebre e aromática Cannabis sativa, vamos lá saber porquê, mas pelo que li, antes,
Lineu a colocara junto das Ulmáceas. Celtis
era como os romanos lhe chamariam. Também lotus, derivado do grego lotós que nos trouxe o nome de lódão ou lodoeiro.
Árvore
caducifólia de grande longevidade, porte elegante, quase austero do alto dos
seus perto de 30 metros de altura, copa farta e fechada, arredondada, tronco
retilíneo, praticamente liso, sem fissuras, por vezes cinzento-esbranquiçado.
As
folhas são simples, fortemente pecioladas, em forma de lança pontiaguda ou
ovado-lanceolada (15 x 7 cm), assimétricas, trinérveas na base, com a orla
serrada e a página superior áspera com pêlos rígidos, verde-escura. Dos
raminhos das novas folhas também rebentam as inflorescências amareladas e
normalmente solitárias, masculinas e hermafroditas. Dali, surgem os frutos, as
pequenas drupas, globosas, com longos pedúnculos, vagamente adocicadas, embora
com muito pouca polpa, no início verdes, depois avermelhadas, escurecendo até
ao negro, maduras, lá para o final do Verão e no Outono. As ditas
ginginhas-de-rei. Os melros e restante passarada não as desdenham.
As
folhas dão boa forragem e os frutos, bastante adstringentes, têm propriedades medicinais.
Do tronco e das raízes obtém-se corantes de tonalidade amarela. Tem uma madeira
compacta mas leve, dura mas flexível, com características óptimas para a
tanoaria e o fabrico de utensílios vários e de cabos de faca. Dizem muito útil para
o jogo-do-pau.
Porém,
resistente à poluição, o lódão-bastardo é na cidade que melhor se perfila, alinhado,
famoso e urbano, melhor ornamentando Lisboa, pelas velhas ruas das Avenidas Novas,
na Alameda D. Afonso Henriques, no Jardim do Príncipe Real ou na Praça da
Alegria.
jef, setembro 2022
Lódão-bastardo, ginginha-de-rei Celtis australis L.
Angiospérmica, caducifólia
Altura: 25 a 30 m
Folhas: lanceoladas ou ovado-lanceolada (15 x 7 cm),
contorno serrilhado, 15x7 cm, página superior verde-escuro com pêlos rígidos e na
inferior, pubescentes
Floração: amareladas e solitárias.
Frutificação: drupas de 1,5 cm de diâmetro, pedunculadas,
de pouca polpa, final de Verão e Outono do ano seguinte
Utilização: madeira: tanoaria e fabrico de utensílios
vários como cabos de faca, frutos: uso medicinal rico em taninos, lenha, carvão,
ritidoma e raízes: corante para tinturaria. Ornamental.
*botânica
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