terça-feira, 27 de setembro de 2022

sobre a árvore Lódão-bastardo, ginginha-de-rei Celtis australis L.




























Lódão-bastardo, ginginha-de-rei, lodoeiro, agreira Celtis australis L.

Família Cannabaceae


Dizem que existe por cá, de modo espontâneo, em vales encaixados e junto de leitos de rios pedregosos e com torrente, afloramentos rochosos ou solos frescos, até os 1200 metros de altitude. Segue o curso do Douro ou do Mondego ou do Tejo. Também não desdenha o Alto Alentejo.

Pertence, agora, à mesma família da célebre e aromática Cannabis sativa, vamos lá saber porquê, mas pelo que li, antes, Lineu a colocara junto das Ulmáceas. Celtis era como os romanos lhe chamariam. Também lotus, derivado do grego lotós que nos trouxe o nome de lódão ou lodoeiro.

Árvore caducifólia de grande longevidade, porte elegante, quase austero do alto dos seus perto de 30 metros de altura, copa farta e fechada, arredondada, tronco retilíneo, praticamente liso, sem fissuras, por vezes cinzento-esbranquiçado.

As folhas são simples, fortemente pecioladas, em forma de lança pontiaguda ou ovado-lanceolada (15 x 7 cm), assimétricas, trinérveas na base, com a orla serrada e a página superior áspera com pêlos rígidos, verde-escura. Dos raminhos das novas folhas também rebentam as inflorescências amareladas e normalmente solitárias, masculinas e hermafroditas. Dali, surgem os frutos, as pequenas drupas, globosas, com longos pedúnculos, vagamente adocicadas, embora com muito pouca polpa, no início verdes, depois avermelhadas, escurecendo até ao negro, maduras, lá para o final do Verão e no Outono. As ditas ginginhas-de-rei. Os melros e restante passarada não as desdenham.

As folhas dão boa forragem e os frutos, bastante adstringentes, têm propriedades medicinais. Do tronco e das raízes obtém-se corantes de tonalidade amarela. Tem uma madeira compacta mas leve, dura mas flexível, com características óptimas para a tanoaria e o fabrico de utensílios vários e de cabos de faca. Dizem muito útil para o jogo-do-pau.

Porém, resistente à poluição, o lódão-bastardo é na cidade que melhor se perfila, alinhado, famoso e urbano, melhor ornamentando Lisboa, pelas velhas ruas das Avenidas Novas, na Alameda D. Afonso Henriques, no Jardim do Príncipe Real ou na Praça da Alegria.


jef, setembro 2022


Lódão-bastardo, ginginha-de-rei Celtis australis L.

Angiospérmica, caducifólia

Altura: 25 a 30 m

Folhas: lanceoladas ou ovado-lanceolada (15 x 7 cm), contorno serrilhado, 15x7 cm, página superior verde-escuro com pêlos rígidos e na inferior, pubescentes

Floração: amareladas e solitárias.

Frutificação: drupas de 1,5 cm de diâmetro, pedunculadas, de pouca polpa, final de Verão e Outono do ano seguinte

Utilização: madeira: tanoaria e fabrico de utensílios vários como cabos de faca, frutos: uso medicinal rico em taninos, lenha, carvão, ritidoma e raízes: corante para tinturaria. Ornamental.

*botânica

 


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