Por estes dias enlutados, certamente, o Soho londrino não
será como vem aqui descrito. Também não será como Dan Kavanagh o narra em 1980.
Passaram 42 anos. Ruas estreitas ligadas por logradouros, corredores, armazéns
manhosos e esconsos mal frequentados, apresentando sex-shops, peep-shows,
salões de massagens e cinemas pornográficos para clientes envergonhados mas
ávidos de prazeres fugazes.
Nick Duffy é contactado para solucionar um caso de chantagem
iniciado com um assalto à casa de Brian McKechnie. Na véspera, o que fizeram a
Rosie McKechnie e ao seu gato não tem explicação. Contudo, McKechnie não é
inocente e Duffy, com o nome de Mr. Wrigth chega muito perto do chantageador.
Afinal, este, Salvatore não é mais do que Martoff, o mais hediondo e perverso
magnate da pornografia londrina. Aquele que, anos atrás, ajudou a tramar o
incorruptível Duffy fazendo com que este fosse expulso da polícia, num caso
onde foi manipulado usando o facto de Duffy ser bissexual.
As cenas são fortes, os cenários asfixiantes, os pormenores
bem descritos. Ficamos a gostar de Duffy.
Não há duvida que Dan Kavanagh, aliás Julian Barnes, escreve
mesmo bem.
jef, setembro 2022
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