Esqueçam
James Bond! Ignorem Jason Bourne! Pobres homenzinhos!
Eis
que o MI6 contrata Lorraine Broughton: a Mulher! Determinada, implacável, fatal! Linda! E tal como nas novelas de espionagem, nos filmes de animação ou na banda
desenhada de onde a heroína sai («The Coldest City» de Antony Johnston &
Sam Hart), a agente secreta nunca morre por mais porrada que leve ou sofra.
Estamos
em Berlim no final de 1989, de um e de outro lado do muro, alguns momentos
antes alguns momentos depois do seu derrube.
Entrecruzado
por flashbacks, o realizador coloca-nos dentro do interrogatório envidraçado de
Atomic Blonde para que os seus dirigentes entendam quem é agente duplo, espião
triplo, traidor, russo, alemão, inglês, francês. Claro que não percebem tantas são
as reviravoltas do argumento, tanto o Vodka on ice bebido de um trago, tantos
os cigarros sorvidos até ao filtro.
Mas
Charlize Theron é realmente uma actriz soberba e de uma beleza inesquecível. Se
não a esquecemos em «Monstro» (2003) de Patty Jenkins, «Terra Fria» (2005) de
Niki Caro ou mesmo em «Mad Max – Estrada da Fúria» (2015) de George Miller,
também não a esqueceremos como Lorraine Broughton. Charlize Theron encarna esta
agente que maltrata brutamontes de todas as latitudes como encarnou os
outros papéis, entregando-lhes o corpo, a alma, o sangue, o cérebro e os músculos.
E quanta escatologia existe neste filme de acção…
E
temos a paisagem pintada a cinzento brilhante e uma cidade de Berlim em tons de
passado mal tratado.
Temos
a tela rasgada onde vai passando «Stalker» de Andrei Tarkovky.
Temos a banda
sonora com temas «vintage» da época.
Temos
uma cena nas escadas e patamares de um prédio verdadeiramente única.
Temos
carros maravilhosos acabando infelizmente muitos deles na sucata.
Temos
o guarda-roupa e os adereços.
Mas
temos acima de tudo Charlize Theron, a bela.
Viva
Charlize Theron!
jef,
agosto 2017
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