terça-feira, 22 de outubro de 2019

Sobre a exposição «E não sei se o mundo nasceu. Fernando Namora – 100 anos.» Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira, até 17 de Novembro de 2019. Curador: António Pedro Pita

 
 
 

O mais interessante na exposição é o facto de colocar o neorrealismo como uma classificação em permanente desajuste face aos autores que aí se pretende agrupar. Principalmente Fernando Namora.

No texto inaugural, muito esclarecedor, diz-nos como Fernando Namora, ao longo da sua carreira, sempre se foi auto-excluindo de um movimento sem prévia definição, afinal sempre motivado muito mais pela espontânea volição criativa de escritor do que pela premeditação associativa ou social.

Em seguida, refere o característica vincadamente paisagística que a sua obra evidencia, numa perspectiva de descrição geográfica onde as personagens se movem entre brenhas e penhascos, tristezas graníticas, enquadramentos arbóreos, aldeias enclausuradas. Fernando Namora, ele próprio também era pintor.

Por último, fala do seu desejo de ficcionista e de transfiguração da realidade (e do «realismo»).

Fernando Namora amava a realidade e o seu movimento constante. É o autor sensível e amável de um dos mais belos livros sobre profissões, povos e rochas. «Retalhos da Vida de Médico» (1949).

jef, outubro 2019

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