terça-feira, 2 de junho de 2020

Salamandra-lusitânica Chioglossa lusitanica Bocage, 1864







Salamandra-lusitânica, quioglossa Chioglossa lusitanica Bocage, 1864


Mais um caso da fauna autóctone e endémica que se tornou emblemática por ter características ímpares, por representar um ambiente ou um habitat restrito, por ser frágil e ameaçada tanto quanto o meio onde habita.

Dos anfíbios urodelos (com cauda), este surge sempre na primeira página dos compêndios da herpetofauna portuguesa. Com apenas uma espécie para o seu género, há muito que se distanciou da sua parente mais próxima que vive no Cáucaso e Ásia Menor, Mertensiella caucasica.

A longa cauda, que corresponde sensivelmente a dois terços dos seus 12 a 15 cm de comprimento, quando adulta, tem múltiplas funções: armazena nutrientes para a época de carência, variando a sua fisionomia ao longo do ano; ajuda na locomoção aquática e chama a atenção para os predadores, cobras-de-água, lontras ou sapos grandes, desprendendo-se para depois lentamente se regenerar (autotomia), como sucede em muitos lagartos.

Habitante do Noroeste da Península Ibérica, Astúrias, Galiza, Noroeste de Portugal, também do vale do rio Mondego com as serras do Buçaco, Lousã, Estrela e Açor, é nesses frágeis ambientes, pluviosos, oxigenados e frescos, até 1500 metros de altitude, perto de cursos de água ou minas musgosas, rodeados de vegetação ripícola e floresta autóctone, que encontra refúgio e local para a reprodução.


jef, junho 2020

* zoologia


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