Afinal, Hollywood existe!
Para
nosso consolo, a grande produção americana ainda nos dá, através da arte comocional
cinematográfica de Steven Spielberg, uma bela tarde de cinema. Grande ecrã,
planos deslumbrantes, actores luminosos. O cinema como pano de fundo. E
Michelle Williams!
A
infância e a juventude de Spielberg é interseccionada, colorida, dissecada com
brilho, tragédia e humor. A América recente, a boa e a má, também lá está, confiante,
retrógrada, futurista, deslumbrada.
Uma
dádiva à imprescindibilidade fantasiosa do cinema, a juntar a «Rosa Púrpura do
Cairo» (Woody Allen, 1985) ou «Cinema Paraíso» (Giuseppe Tornatore, 1988).
Para
gaudio dos serões familiares, as filmagens caseiras em Super-8. A verdade
desvendada e calada. O fim abrupto de uma infância, o principio iniciático e doloroso da
vida adulta.
As
filmagens de uma ida à praia da turma de finalistas e a revelação de como o bisturi
transformador (ou o adulterador) do cinema pode alterar o cadáver da
realidade (passada e futura).
Um
final deslumbrante, de um humor inesquecível, com David Lynch, transformado num
dos maiores cineastas do mundo (também dos mais ostensivamente crus, para não
dizer brutos), John Ford, a explicar ao jovem Sammy Fabelman (Gabriel LaBelle)
qual a posição aceitável para colocar o horizonte dentro de um plano de filmagem.
Repito,
que bela tarde natalícia de cinema!
jef,
junho 2022
«Os
Fabelmans» (The Fabelmans) de Steven Spielberg. Com Michelle Williams, Paul
Dano, Seth Rogen, Judd Hirsch, Gabriel LaBelle, Mateo Zoryan, Keeley
Karsten, Alina Brace, Julia Butters, Birdie Borria, Sophia Kopera, Jeannie
Berlin, Robin Bartlett, Sam Rechner, Oakes Fegley, Chloe East, Isabelle Kusman,
Chandler Lovelle, Gustavo Escobar, Kalama Epstein, David Lynch. Argumento: Steven
Spielberg, Tony Kushner. Produção: Steven Spielberg, Tony Kushner, Kristie
Macosko Krieger. Guarda-roupa: Mark Bridges. Fotografia: Janusz Kaminski. Música:
John Williams. EUA, 2022, Cores, 151 min.
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