Ora aqui estamos perante um melodrama muito bem narrado, à antiga, ao
estilo inglês, da BBC, sobre um romance Ian McEwan, que coproduz e assina a
adaptação do argumento.
Estamos em Inglaterra, 1962. Florence Ponting (Saoirse Ronan),
uma jovem violinista, voluntariosa e sagaz, encontra Edward Mayhew (Billy Howle),
um sensível estudante de História, numa sessão pacifista contra as armas
nucleares, onde ela é activista. Aproximam-se, apaixonam-se e casam. Esta é a
história do seu dia de núpcias num hotel da praia de Chesil. A história de
Inglaterra e do mundo. A história do despertar dos afectos, da educação sexual,
dos seus modos, medos e constrangimentos. A história da intimidade falhada.
Um prazer para os olhos e para os ouvidos numa suavidade
triste, cerimoniosa, que merece ser contemplada, mesmo que a necessidade de tudo explicar após
o dia fatal, tolde alguma fantasia que seria melhor deixar subentendida na
imaginação do espectador. No centro está a bela Saoirse Ronan, actriz que
preenche todo o filme, desenvolta e líder, como já nos havíamos apercebido em «Lady
Bird» (Greta Gerwig, 2017).
jef, julho 2018
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