Do Ambystoma mexicanum (o tal axolotl, esse anfíbio de cauda e brânquia que nem sempre deseja a última metamorfose) até à Linepithema humile (a
argentina formiga que tudo invadiu e pouco deixou às pobres formigas
autóctones, himenóptero d'um raio!), temos muitos outros humanos.
Gustavo Pacheco é carioca, nascido em 1972. É antropólogo e
diplomata e fala de cultura, comportamento, biologia e etologia. São onze
contos em que os homens são tidos, como devem ser tidos na realidade, por
bichos de pulsões, emoções e sonhos. Uma espécie de Esopo ou La Fontaine ou
Aquilino Ribeiro, mas ao contrário: os animais vão ao Jardim Zoológico e
divertem-se com as momices dos primatas evoluídos.
E o que é mais impressionante e que logo tanto cativa é a
pureza da linguagem aliada ao modo rápido, astuto mas firme, de contar uma
história, facto que, a cada conto, nos leva por um caminho desconhecido,
intrigante, mas no final sempre por muito bem justificado.
Um livro fabuloso, no primeiro significado da palavra, para
biólogos e todos os outros símios humanos.
jef, julho 2018
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