terça-feira, 11 de setembro de 2018

Sobre o disco «Pleasure» de Feist, Polydor / Universal, 2017
















Leslie Feist é uma artista da música real. Das canções do amor futuro e do amor por haver. Ela não teme o passado.

Feist sabe que o Pop-Rock é uma cultura que se constrói com o ritmo que alimenta melodicamente a balada que é interrompida pela guitarra eléctrica que é sustentada pela pausa que depois vai agarrar, no silêncio, a guitarra acústica. Tudo muito claro e simples, envolto na batida simples e no eco etéreo de um estúdio que acarinha, no interior, o espraiar acústico, quase de mantra.

Feist afirma a sua cultura, feita de uma Pop a exigir do público que distinga e aplauda uma produção feita de quebras, palmas, fracturas, palavras ditas e restos de gravação que podiam não ficar registadas nas faixas. Contudo, não dispensa também o amor pela Folk dos grandes espaços florestais americanos, canadianos. A produção é da própria Feist, de Renaud Letang e Mocky).

Feist deve gostar muito de P.J. Harvey e Nick Cave. Gostará de Nirvana e Niel Young. Não desdenhará Animal Collective ou Joni Mitchell. Talvez de Beck.

Feist é tutora de um modelo muito próprio que sustém uma fórmula independente e história, lógica e irracional, produto maior da música que imprime em quem a escuta o desejo do disco nunca terminar.

jef, setembro 2018

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