Spike Lee faz filmes importantes.
«BlacKkKlansman: O Infiltrado» foi estreado um ano depois do
ataque de um condutor, apoiante da anacrónica
supremacia branca, em Charlottesville, Virgínia, a uma manifestação pacífica
contra o racismo, onde morreu uma manifestante. Trump discursa a favor dos
fascistas. Estas cenas concluem o filme que termina com a imagem de uma
bandeira dos Estados Unidos da América virada do avesso.
A preto e branco.
No entanto, é uma comédia divertidíssima baseada no livro autobiográfico
do protagonista, Ron Stallworth «Black Klansman», o primeiro polícia negro que
se infiltra num núcleo do Ku Klux Klan, evitando um
ataque bombista contra os activistas negros nos finais dos anos 70, Springs, Colorado. A iluminação e a banda
sonora merecem toda atenção. A intriga ainda mais.
O confronto dramático entre os duplos do polícia infiltrado,
o negro Ron Stallworth (John David Washington) e o judeu Flip Zimmerman (Adam
Driver) é de uma contenção e humor muito particulares. Não existem excessos, nem
comiseração. Apenas essa forma de representar no silêncio e na transformação da voz, da expressão e dos gestos. Um infiltrado deve ser discreto. Contudo...
Depois, aparecem cenas de «E Tudo e Vento Levou» (Victor
Fleming, 1949) e «O Nascimento de uma Nação» (D. W. Griffith, 1915).
Surge ainda Harry Belafonte.
Por todas as razões, este filme deve ser visto!
jef, setembro 2018.
«BlacKkKlansman: O Infiltrado»
(BlacKkKlansman) de Spike Lee. Com John David Washington, Adam Driver, Laura
Harrier, Robert John Burke, Topher Grace, Jasper Pääkkönen, Harry Belafonte. Baseado no romance autobiográfico de
Ron Stallworth, “Black Klansman” (2014). EUA, 2018, Cores, 135 min.
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