quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Sobre o filme «A Paixão de Van Gogh» de Dorota Kobiela e Hugh Welchman, 2017














Diz a nota de imprensa. «Este "biopic" sobre Vincent Van Gogh apresenta-se como a primeira longa-metragem "completamente pintada do mundo". Foram pintados e repintados 853 quadros a óleo, trabalho realizado por mais de 100 artistas diferentes a partir de 130 obras do pintor holandês. Ao todo, 65 mil fotogramas.»
E acrescenta: «A história foca-se mais na morte do que na vida do artista».

E eu, ao assistir à hora e meia do filme:
a)     confirmo a beleza deslumbrante de um pintor genial que mudou radicalmente o modo de olhar a arte, a cor, a luz, o retrato, o campo agrícola, a paisagem. Mais importante, alterou o princípio psicológico de interpretação do próprio olhar;
b)     reconheço o trabalho extraordinário da equipa técnica, dos pintores, actores e produtores (e músicos), para nos transmitir o esplendor colorido de Vincent Van Gogh;
c)     fui levado através de uma narrativa urgente e bem intrincada pelos últimos e trágicos dias do mais trágico dos pintores;
d)    fiquei com a sensação de que alguma coisa nesta animação ficou aquém, que o filme se tornava ingénuo, vagamente descrente de si próprio, talvez infantil ou bacoco, a deixar plana, a duas dimensões, sem pontos de fuga ou linhas de horizonte, sem futuro, uma das pinturas mais esculpidas e futuristas do mundo…

contudo, valeu bem a ida ao cinema.

jef, novembro 2017

«A Paixão de Van Gogh» de Dorota Kobiela e Hugh Welchman (Loving Vincent). Com Saoirse Ronan , Jerome Flynn, Aidan Turner, Douglas Booth, Chris O’Dowd, Robert Gulaczyz, Eleanor Tomlinson, John Sessions, Helen McCrory. Animação. Grã-Bretanha, Polónia, 2017, Cores, 95 min.

Sem comentários:

Enviar um comentário