É
uma espécie endémica do Oeste do Mediterrâneo, encontrando-se circunscrita à
Península Ibérica. Os seus ninhos são estruturas volumosas colocadas em grandes
árvores capazes de os suportar, eucaliptos, pinheiros-bravos, azinheiras, e que
estão perto de áreas abertas onde possam perseguir as presas, predominantemente
coelhos-bravos mas também pombos-torcazes, perdizes ou répteis.
Após
um decréscimo drástico no final do século passado, na década de 90 foi
considerada extinta como reprodutora em Portugal, principalmente devido ao
abate direto e envenenamento, à destruição de ninhos e perturbação do habitat,
ao decréscimo do coelho-bravo. A partir de 2003, os casais começaram a reocupar
progressivamente as regiões fronteiriças do Tejo Internacional, Moura-Barrancos,
o vale do Guadiana e até Castro Verde, coincidindo, de modo não aleatório, com
as Zonas de Protecção Especial estabelecidas comunitariamente pela Rede Natura
2000. Também se verifica que a maioria dos casais têm os ninhos em zonas
ordenadas de caça, sobretudo turísticas.
Tal
como o lince-ibérico Lynx pardinus ou
o saramugo Anaecypris hispanica,
espécies ameaçadas com um habitat tão especializado e transfronteiriço, também
a conservação desta águia exigiu um Plano de Acção comunitário (LIFE Imperial
2003-2017) que promove o diálogo entre países, decisores, cientistas e
usufrutuários, e estabelece medidas concretas para a sua sobrevivência.
jef, agosto 2020
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