quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Águia-imperial-ibérica Aquila adalberti (CL Brehm, 1861)


É uma espécie endémica do Oeste do Mediterrâneo, encontrando-se circunscrita à Península Ibérica. Os seus ninhos são estruturas volumosas colocadas em grandes árvores capazes de os suportar, eucaliptos, pinheiros-bravos, azinheiras, e que estão perto de áreas abertas onde possam perseguir as presas, predominantemente coelhos-bravos mas também pombos-torcazes, perdizes ou répteis.

Após um decréscimo drástico no final do século passado, na década de 90 foi considerada extinta como reprodutora em Portugal, principalmente devido ao abate direto e envenenamento, à destruição de ninhos e perturbação do habitat, ao decréscimo do coelho-bravo. A partir de 2003, os casais começaram a reocupar progressivamente as regiões fronteiriças do Tejo Internacional, Moura-Barrancos, o vale do Guadiana e até Castro Verde, coincidindo, de modo não aleatório, com as Zonas de Protecção Especial estabelecidas comunitariamente pela Rede Natura 2000. Também se verifica que a maioria dos casais têm os ninhos em zonas ordenadas de caça, sobretudo turísticas.

Tal como o lince-ibérico Lynx pardinus ou o saramugo Anaecypris hispanica, espécies ameaçadas com um habitat tão especializado e transfronteiriço, também a conservação desta águia exigiu um Plano de Acção comunitário (LIFE Imperial 2003-2017) que promove o diálogo entre países, decisores, cientistas e usufrutuários, e estabelece medidas concretas para a sua sobrevivência.


jef, agosto 2020

Sem comentários:

Enviar um comentário