Estamos no século XVII e perante o início de uma Itália faustosa e cada vez mais burguesa. Com o epicentro em Nápoles, a ocupação espanhola foi disseminando a influência ibérica na cultura italiana. Numa altura em que os músicos eruditos angariavam admiradores e mecenas, não é difícil de imaginar como eles ansiavam por novos motivos criativos, instrumentos, música e danças provenientes de uma península exótica apesar de invasora. A guitarra espanhola, o alaúde árabe e a “follia” (dança de provável origem portuguesa) invadiu o espírito de compositores como Caldara ou Vivaldi, este em início de carreira. Assim, também os ritmos marcadamente dançantes e a melodias circulares e repetitivas oriundas de longínquas tradições populares, foram enchendo as pautas italianas. A música erudita foi-se tornando mais laica, divertida e cosmopolita, enriquecendo-se com modernos ritmos e harmonias que exprimiam outros sentimentos, comuns apesar de distintos. Os extraordinários músicos que integram o grupo Sonatori de la Gioiosa Marca respondem ao convite dançante e interpretam uma frutuosa época musical em que a diversidade e a troca de influências geográficas era motivo de orgulho cultural.
Aqui se ouvem: Antonio Vivaldi,
Arcangelo Corelli, Andrea Falconiero, Bernardo Storace, Giovanni Antonio
Pandolfi, Maurizio Cazzati, Francesco Corbetta, Giovan Battista Vitali, Antonio
Caldara, Giovanni Reali.
jef,
janeiro 2002
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