sábado, 4 de abril de 2020

Medronheiro ou ervedeiro Arbutus unedo L.









(a fotografia é do meu querido amigo José Carlos Figueiredo)


Medronheiro ou ervedeiro Arbutus unedo L.

Família Ericaceae

Arbusto ou pequena árvore de 2 a 5 metros, assim Lineu a nomeou pelo seu género, arbutus, podendo atingir porte maior se integrado em velhos matagais ou núcleos antigos de vegetação. Embora prefira clima temperado e encostas de influência mediterrânica e marítima, ou vales fluviais, resiste à secura. Tem raízes profundas fixando bem os solos, acompanha e até substitui azinhais, sobreirais ou cercais, preenchendo a quase totalidade do mapa de Portugal continental. É, assim, uma planta robusta e ubíqua.

As folhas são lanceoladas e serradas, alternas, quase em jeito das do loureiro, cujo pecíolo se apresenta muitas vezes avermelhado, tal como o seu lenho que é coberto por um ritidoma fendilhado como se exibisse escamas. As flores são brancas, esverdeadas, talvez rosadas. Pertence à família das Ericáceas, parente de urzes, rododendros ou da Daboecia cantabrica, plantas cujas flores, tão ornamentais quanto melíferas, têm características comuns que as distinguem das outras famílias. Chamam à corola gomilosa, em forma de gomil, ou urceolada, em forma de urcéola, ou seja, as pétalas estão unidas formando uma espécie de jarro de boca estreita. São termos antigos que os botânicos gostam de utilizar para catacterizar uma planta, também ela antiga, que resistiu aos períodos frios do Quarternário e se adaptou bem.

Mas se as flores são famosas, o seu fruto ainda é mais. O medronho. Esférico, em forma de baga, comestível, de um vermelho vivo quando amadurece no outono, as sementes distribuem-se em compartimentos carnudos onde os açucares odoríficos se transformam com facilidade em álcool. Ao homem não passou despercebida tal característica.

jef, abril 2020

* botânica

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