(a fotografia é do meu querido amigo José Carlos Figueiredo)
Medronheiro
ou ervedeiro Arbutus unedo L.
Família
Ericaceae
Arbusto
ou pequena árvore de 2 a 5 metros, assim Lineu a nomeou pelo seu género, arbutus, podendo
atingir porte maior se integrado em velhos matagais ou núcleos antigos de
vegetação. Embora prefira clima temperado e encostas de influência mediterrânica
e marítima, ou vales fluviais, resiste à secura. Tem raízes profundas fixando bem
os solos, acompanha e até substitui azinhais, sobreirais ou cercais, preenchendo
a quase totalidade do mapa de Portugal continental. É, assim, uma planta
robusta e ubíqua.
As
folhas são lanceoladas e serradas, alternas, quase em jeito das do loureiro,
cujo pecíolo se apresenta muitas vezes avermelhado, tal como o seu lenho que é
coberto por um ritidoma fendilhado como se exibisse escamas. As flores são brancas, esverdeadas, talvez rosadas. Pertence à família das Ericáceas, parente de urzes, rododendros ou
da Daboecia cantabrica, plantas cujas
flores, tão ornamentais quanto melíferas, têm características comuns que as
distinguem das outras famílias. Chamam à corola gomilosa, em forma de gomil, ou urceolada,
em forma de urcéola, ou seja, as pétalas estão unidas formando uma espécie de
jarro de boca estreita. São termos antigos que os botânicos gostam de utilizar
para catacterizar uma planta, também ela antiga, que resistiu aos períodos frios do Quarternário
e se adaptou bem.
Mas
se as flores são famosas, o seu fruto ainda é mais. O medronho. Esférico, em
forma de baga, comestível, de um vermelho vivo quando amadurece no outono, as
sementes distribuem-se em compartimentos carnudos onde os açucares odoríficos se
transformam com facilidade em álcool. Ao homem não passou despercebida tal
característica.
jef,
abril 2020
* botânica
* botânica
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