quinta-feira, 30 de abril de 2020

Faia Fagus sylvatica L.


















Faia Fagus sylvatica L.
Família Fagaceae

As páginas dos botânicos colocam-na a seguir a nogueiras, bétulas, amieiros e avelaneiras. Dá nome a uma família famosa onde, logo antes, se encontram castanheiros e carvalhos. As Fagáceas. O nome do género sugere alimento, apetite, voracidade. Os frutos são aquénios, em grupo de dois ou três, lustrosos, de secção triangular e arestas marcadas, nutritivos, contendo grande percentagem de lípidos, apreciados pelos animais da floresta. Estão encerrados numa cúpula de quatro brácteas ligeiramente espinhosas que se abrem, lembrando avelãs, castanhas ou glandes. As inflorescências masculinas dispõem-se como pêndulos enquanto as femininas são menos conspícuas. As folhas, de 4 a 9 cm, são de um verde aberto e apresentam nervuras vincadas; ovaladas a elípticas, pontiagudas, com a margem ondulada e percorrida por pequenos cílios.

De folha caduca, pode atingir 35 metros de altura, tendo bom fuste, direito e claro. Oferece boa madeira também ela muito clara, grão fino e riscada pelos seus delgados raios lenhosos, apreciada em trabalhos de torno e marcenaria. O ritidoma contém elementos químicos com fama para diversas aplicações terapêuticas. Prefere encostas expostas a clima suave e húmido, entre 1000 e os 1500 metros, solos frescos sem secura estival nem muito ácidos. Ocorre nas serras do Centro e do Norte de Portugal continental, onde é cultivada ou está ligada à silvo-pastorícia, e estende-se por uma vasta área na Europa Central, desde o Sul da Escandinávia à Grécia Setentrional. Ocorre também na América do Norte.

As suas exigências hídricas e edafo-climáticas têm retirado expressão florestal em Portugal, mas as suas características botânicas, copa harmoniosa e ampla, folhagem delicada, tronco de coloração pouco comum, tem-lhe mantido a fama estética na tradição cultural popular.

jef, abril 2020

Maria Faia

Eu não sei como te chamas
Oh Maria Faia!
Nem que nome te hei-de eu pôr
Oh Maria Faia, oh Faia Maria!

Cravo não, que tu és rosa
Oh Maria Faia!
Rosa não, que tu és flor
Oh Maria Faia, oh Faia Maria!

Não te quero chamar cravo
Oh Maria Faia!
Que te estou a engrandecer,
Oh Maria Faia, oh Faia Maria!

Chamo-te antes espelho
Oh Maria Faia!
Onde espero de me ver
Oh Maria Faia, oh Faia Maria!

O meu amor abalou
Oh Maria Faia!
Deu-me uma linda despedida,
Oh Maria Faia, oh Faia Maria!

Abarcou-me a mão direita
Oh Maria Faia!
Adeus oh prenda querida
Oh Maria Faia, oh Faia Maria!

Tradicional Malpica do Tejo / Beira Baixa

José Afonso in «Traz Outro Amigo Também», 1970

* botânica

Sem comentários:

Enviar um comentário