Faia Fagus sylvatica L.
Família
Fagaceae
As
páginas dos botânicos colocam-na a seguir a nogueiras, bétulas, amieiros e
avelaneiras. Dá nome a uma família famosa onde, logo antes, se encontram
castanheiros e carvalhos. As Fagáceas. O nome do género sugere alimento,
apetite, voracidade. Os frutos são aquénios, em grupo de dois ou três, lustrosos,
de secção triangular e arestas marcadas, nutritivos, contendo grande
percentagem de lípidos, apreciados pelos animais da floresta. Estão encerrados numa
cúpula de quatro brácteas ligeiramente espinhosas que se abrem, lembrando
avelãs, castanhas ou glandes. As inflorescências masculinas dispõem-se como
pêndulos enquanto as femininas são menos conspícuas. As folhas, de 4 a 9 cm,
são de um verde aberto e apresentam nervuras vincadas; ovaladas a elípticas,
pontiagudas, com a margem ondulada e percorrida por pequenos cílios.
De
folha caduca, pode atingir 35 metros de altura, tendo bom fuste, direito e
claro. Oferece boa madeira também ela muito clara, grão fino e riscada pelos
seus delgados raios lenhosos, apreciada em trabalhos de torno e marcenaria. O
ritidoma contém elementos químicos com fama para diversas aplicações
terapêuticas. Prefere encostas expostas a clima suave e húmido, entre 1000 e os
1500 metros, solos frescos sem secura estival nem muito ácidos. Ocorre nas
serras do Centro e do Norte de Portugal continental, onde é cultivada ou está
ligada à silvo-pastorícia, e estende-se por uma vasta área na Europa Central,
desde o Sul da Escandinávia à Grécia Setentrional. Ocorre também na América do
Norte.
As
suas exigências hídricas e edafo-climáticas têm retirado expressão florestal em
Portugal, mas as suas características botânicas, copa harmoniosa e ampla, folhagem
delicada, tronco de coloração pouco comum, tem-lhe mantido a fama estética na
tradição cultural popular.
jef,
abril 2020
Maria
Faia
Eu
não sei como te chamas
Oh
Maria Faia!
Nem
que nome te hei-de eu pôr
Oh
Maria Faia, oh Faia Maria!
Cravo
não, que tu és rosa
Oh
Maria Faia!
Rosa
não, que tu és flor
Oh
Maria Faia, oh Faia Maria!
Não
te quero chamar cravo
Oh
Maria Faia!
Que
te estou a engrandecer,
Oh
Maria Faia, oh Faia Maria!
Chamo-te
antes espelho
Oh
Maria Faia!
Onde
espero de me ver
Oh
Maria Faia, oh Faia Maria!
O
meu amor abalou
Oh
Maria Faia!
Deu-me
uma linda despedida,
Oh
Maria Faia, oh Faia Maria!
Abarcou-me
a mão direita
Oh
Maria Faia!
Adeus
oh prenda querida
Oh
Maria Faia, oh Faia Maria!
Tradicional
Malpica do Tejo / Beira Baixa
José
Afonso in «Traz Outro Amigo Também»,
1970
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