Amieiro
Alnus glutinosa (L.) Gaertner
Família
Betulaceae
Em
grupos de três a cinco, os amentilhos, inflorescências femininas com
os elementos dispostos de modo helicoidal (estrobiliforme), vão escurecendo no
final do verão, tornam-se lenhosos, deixando ficar nos raminhos, por bastante
tempo, esses frutos aquénios, ovoides, abrindo-se em escamas como pequeninas pinhas.
Os amentilhos masculinos são longos e pendentes. As folhas, de 4 a 10 cm, são quase
circulares mas obovadas e sem ápice ou em chanfro, com a margem serrilhada e de
pecíolo bem definido. A página inferior pode ser mais clara.
Caducifólia,
atingindo os 30 metros, tem um tronco direito e largo, pardo ou cinzento que
escurece com a idade, deixando o ritidoma progressivamente fendido. Parente das
bétulas, com estas, choupos, ulmeiros, salgueiros ou freixos, forma as galerias
ripícolas, segue os cursos de água ou bordeja pastagens húmidas um pouco por
todo o território continental. Não é exigente nas condições do solo embora os
prefira siliciosos, mas é exigente na abundância de água. O seu sistema
radicular tem a particularidade de se associar em simbiose com as bactérias
fixadoras de azoto atmosférico, tal como acontece com certas leguminosas.
A madeira é homogénea, de cor clara, avermelhando-se ao corte, muito
resistente quando submersa, é fácil de tornear e aplica-se em folheados, objetos
para desenho ou instrumentos musicais. As suas folhas e ritidoma contêm taninos
e compostos de eficácia terapêutica como desinfetante. Se já os romanos o
conheciam como alnus, talvez o “luminoso”
ou o “reluzente”, já a palavra glutinosa
se liga ao carácter pegajoso que apresentam os botões ou os raminhos jovens.
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