terça-feira, 12 de maio de 2020

Amieiro Alnus glutinosa (L.) Gaertner














Amieiro Alnus glutinosa (L.) Gaertner
Família Betulaceae

Em grupos de três a cinco, os amentilhos, inflorescências femininas com os elementos dispostos de modo helicoidal (estrobiliforme), vão escurecendo no final do verão, tornam-se lenhosos, deixando ficar nos raminhos, por bastante tempo, esses frutos aquénios, ovoides, abrindo-se em escamas como pequeninas pinhas. Os amentilhos masculinos são longos e pendentes. As folhas, de 4 a 10 cm, são quase circulares mas obovadas e sem ápice ou em chanfro, com a margem serrilhada e de pecíolo bem definido. A página inferior pode ser mais clara.

Caducifólia, atingindo os 30 metros, tem um tronco direito e largo, pardo ou cinzento que escurece com a idade, deixando o ritidoma progressivamente fendido. Parente das bétulas, com estas, choupos, ulmeiros, salgueiros ou freixos, forma as galerias ripícolas, segue os cursos de água ou bordeja pastagens húmidas um pouco por todo o território continental. Não é exigente nas condições do solo embora os prefira siliciosos, mas é exigente na abundância de água. O seu sistema radicular tem a particularidade de se associar em simbiose com as bactérias fixadoras de azoto atmosférico, tal como acontece com certas leguminosas.

A madeira é homogénea, de cor clara, avermelhando-se ao corte, muito resistente quando submersa, é fácil de tornear e aplica-se em folheados, objetos para desenho ou instrumentos musicais. As suas folhas e ritidoma contêm taninos e compostos de eficácia terapêutica como desinfetante. Se já os romanos o conheciam como alnus, talvez o “luminoso” ou o “reluzente”, já a palavra glutinosa se liga ao carácter pegajoso que apresentam os botões ou os raminhos jovens.

jef, maio 2020

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