quinta-feira, 14 de maio de 2020

Carrasco Quercus coccifera L.















Carrasco Quercus coccifera L.
Família Fagaceae

Também chamam carrasqueiro a este carvalho, menos árvore mais arbusto alto, que não cresce além dos 3 metros e que estende a sua área de distribuição por todo Centro e Sul do Continente, indo buscar ainda abrigo na terra quente transmontana, ou junto ao rio Douro internacional.

Não lhe prestam muita atenção, apesar de distribuir topónimos pelo País, mas é fundamental na estrutura ecológica vegetal e na protecção dos solos contra a erosão. É dominante em matos xerófitos, prefere solos calcários mas cobre áreas vastas formando por vezes moitas impenetráveis. Não teme os verões luminosos, quentes e secos, agradece o fogo insistente, ocupa o espaço de carvalhais e azinhais degradados, protege escarpas rochosas.

Tem as folhas muito coriáceas, ovadas, de 5 a 11 cm, simples e alternas, persistentes, de rebordo muito bicado, quase agreste. Folhas de um verde brilhante e sem velo na página inferior, possuindo estípulas que caem facilmente e pecíolo até 0,5 cm. As flores são amentilhos. Produz muita glande que é amarga e está envolvida por uma taça, ou cúpula, globosa com escamas reviradas, como que eriçadas.

A sua madeira é semelhante à do azinho, assim como o carvão produzido, embora de dimensão reduzida. O ritidoma é adstringente por conter muitos taninos, antes usado na medicina popular. A bolota, apesar de amarga, é consumida por rebanhos e pela fauna selvagem.

Diz-se que Lineu usou o termo específico coccifera por juntar os étimos latinos fera, levar ou transportar, e coccum, designativo de uma cochonilha do género Kermes cuja fêmea infecta os raminhos da planta. Este insecto hemíptero “quermes tintureiro” já era conhecido dos romanos que lhe davam alto valor como corante, dando origem ao “carmim” contidos nos seus ovos.

jef, maio 2020

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