Carrasco Quercus coccifera L.
Família
Fagaceae
Também
chamam carrasqueiro a este carvalho, menos árvore mais arbusto alto, que não
cresce além dos 3 metros e que estende a sua área de distribuição por todo
Centro e Sul do Continente, indo buscar ainda abrigo na terra quente
transmontana, ou junto ao rio Douro internacional.
Não
lhe prestam muita atenção, apesar de distribuir topónimos pelo País, mas é fundamental na estrutura ecológica vegetal e na
protecção dos solos contra a erosão. É dominante em matos xerófitos, prefere
solos calcários mas cobre áreas vastas formando por vezes moitas impenetráveis.
Não teme os verões luminosos, quentes e secos, agradece o fogo insistente, ocupa
o espaço de carvalhais e azinhais degradados, protege escarpas rochosas.
Tem
as folhas muito coriáceas, ovadas, de 5 a 11 cm, simples e alternas, persistentes,
de rebordo muito bicado, quase agreste. Folhas de um verde brilhante e sem velo
na página inferior, possuindo estípulas que caem facilmente e pecíolo até 0,5
cm. As flores são amentilhos. Produz muita glande que é amarga e está envolvida
por uma taça, ou cúpula, globosa com escamas reviradas, como que eriçadas.
A
sua madeira é semelhante à do azinho, assim como o carvão produzido, embora de
dimensão reduzida. O ritidoma é adstringente por conter muitos taninos, antes
usado na medicina popular. A bolota, apesar de amarga, é consumida por rebanhos
e pela fauna selvagem.
Diz-se
que Lineu usou o termo específico coccifera
por juntar os étimos latinos fera,
levar ou transportar, e coccum,
designativo de uma cochonilha do género Kermes
cuja fêmea infecta os raminhos da planta. Este insecto hemíptero “quermes
tintureiro” já era conhecido dos romanos que lhe davam alto valor como corante,
dando origem ao “carmim” contidos nos seus ovos.
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