sexta-feira, 29 de maio de 2020

Sobreiro Quercus suber L.







Sobreiro Quercus suber L.

Família Fagaceae


Interessante o facto de ser visto como símbolo primeiro de uma região de Portugal, de uma cultura agro-silvo-pastoril, de uma paisagem humanizada e natural, de um determinado ambiente edafoclimático, de uma cultura socio-etnográfica. Do cante alentejano ao vinho engarrafado. Certíssimo: o montado de sobro não é bem uma floresta! O facto é curioso pois ao passarmos os olhos por esse tratado único, «Subericultura» de Joaquim Vieira Natividade (1950), logo se verifica que este carvalho de folha persistente, folhas coriáceas e ligeiramente cerradas, verdes na página superior e acinzentadas por um velo de pelos na inferior, cobria grandes áreas por todo o território continental. E ainda ocorre porque se adapta. Árvore que tem por fruto uma bolota de sabor menos doce que a da azinheira mas que não é desdenhada por animais selvagens e porcos de montanheira. Árvore que resiste aos tratos do descortiçamento e se regenera nove anos depois, que resiste à seca, menos ao encharcamento prolongado do solo. Uma árvore que resistiu quando o homem a desprezava em termos económicos mas se impôs na indústria mundial pelas características do seu ritidoma suberoso – isolamento, impermeabilidade, elasticidade, resistência.


jef, maio 2020


* botânica

1 comentário:

  1. Meu querido amigo, nós no Alentejo, à "bolota" do sobreiro chamamos lande. Bolotas só as das azinheiras. Bjs

    ResponderEliminar