Sobreiro
Quercus suber L.
Família
Fagaceae
Interessante
o facto de ser visto como símbolo primeiro de uma região de Portugal, de uma
cultura agro-silvo-pastoril, de uma paisagem humanizada e natural, de um
determinado ambiente edafoclimático, de uma cultura socio-etnográfica. Do cante
alentejano ao vinho engarrafado. Certíssimo: o montado de sobro não é bem uma
floresta! O facto é curioso pois ao passarmos os olhos por esse tratado único,
«Subericultura» de Joaquim Vieira Natividade (1950), logo se verifica que este
carvalho de folha persistente, folhas coriáceas e ligeiramente cerradas, verdes
na página superior e acinzentadas por um velo de pelos na inferior, cobria
grandes áreas por todo o território continental. E ainda ocorre porque se
adapta. Árvore que tem por fruto uma bolota de sabor menos doce que a da
azinheira mas que não é desdenhada por animais selvagens e porcos de
montanheira. Árvore que resiste aos tratos do descortiçamento e se regenera
nove anos depois, que resiste à seca, menos ao encharcamento prolongado do
solo. Uma árvore que resistiu quando o homem a desprezava em termos económicos
mas se impôs na indústria mundial pelas características do seu ritidoma
suberoso – isolamento, impermeabilidade, elasticidade, resistência.
jef, maio 2020
Meu querido amigo, nós no Alentejo, à "bolota" do sobreiro chamamos lande. Bolotas só as das azinheiras. Bjs
ResponderEliminar