segunda-feira, 25 de maio de 2020

Bétula Betula celtiberica Rothm. & Vasc.
















Bétula, bidoeiro, vidoeiro Betula celtiberica Rothm. & Vasc.
Família Betulaceae

Tal como no género Alnus, do amieiro, neste, também os amentilhos femininos, menos expressivos, derivam numa espécie de pinha de estrutura característica onde, entre as brácteas lenhosas, trilobadas, se encontram os frutos, sâmaras, munidos como que de duas pequenas asas. Dizem que esta particularidade, naturalmente, está associada à fácil regeneração natural em zonas de altitude e ventos fortes – Estrela, Marão, Gerês e Montesinho –, formando bosquetes sobre solos profundos e húmidos, aluvionares, de preferência siliciosos, também em prados, turfeiras, junto a cursos de água.

Confere ao espaço onde se encontra um certo ar arcádico ou bucólico, certamente pela tonalidade quase branca do seu ritidoma e pela silhueta singela e flexível. Caducifólia, frequentemente não ultrapassa os 20 metros de altura, com a idade o revestimento branco do tronco vai sendo fendido horizontalmente por linhas escuras devido ao aparecimento das lentículas. As folhas de 2 a 5 cm, romboides a triangulares, ápice agudo, margem serrada, possuem um pecíolo flexível. Os raminhos novos apresentam pelos e glândulas gumosas. Não desprezada em parques e jardins urbanos, a sua madeira é clara, fina e resistente, boa para trabalhos de marcenaria e artefactos domésticos. A casca possui substâncias medicinais diuréticas e anti-inflamatórias. A seiva quando fermentada produz “cerveja”. Antigamente, o interior do ritidoma servia de suporte à escrita como sucedâneo do papiro.

Talvez os botânicos discutam sinonímias e derivações com a espécie sua parente Betula pubescens, de muito mais vasta geografia euroasiática e símbolo nacional da Rússia; talvez os florestais tenham até utilizado alguns híbridos mais eficientes em plantações de outrora; mas todos concordam que esta espécie é endémica da Península Ibérica.

jef, 2020

* botânica

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