Bétula,
bidoeiro, vidoeiro Betula celtiberica Rothm. & Vasc.
Família
Betulaceae
Tal
como no género Alnus, do amieiro, neste, também os amentilhos femininos, menos
expressivos, derivam numa espécie de pinha de estrutura característica onde,
entre as brácteas lenhosas, trilobadas, se encontram os frutos, sâmaras,
munidos como que de duas pequenas asas. Dizem que esta particularidade,
naturalmente, está associada à fácil regeneração natural em zonas de altitude e
ventos fortes – Estrela, Marão, Gerês e Montesinho –, formando bosquetes sobre
solos profundos e húmidos, aluvionares, de preferência siliciosos, também em
prados, turfeiras, junto a cursos de água.
Confere
ao espaço onde se encontra um certo ar arcádico ou bucólico, certamente pela
tonalidade quase branca do seu ritidoma e pela silhueta singela e flexível.
Caducifólia, frequentemente não ultrapassa os 20 metros de altura, com a idade
o revestimento branco do tronco vai sendo fendido horizontalmente por linhas
escuras devido ao aparecimento das lentículas. As folhas de 2 a 5 cm, romboides
a triangulares, ápice agudo, margem serrada, possuem um pecíolo flexível. Os
raminhos novos apresentam pelos e glândulas gumosas. Não desprezada em parques
e jardins urbanos, a sua madeira é clara, fina e resistente, boa para trabalhos
de marcenaria e artefactos domésticos. A casca possui substâncias medicinais
diuréticas e anti-inflamatórias. A seiva quando fermentada produz “cerveja”.
Antigamente, o interior do ritidoma servia de suporte à escrita como sucedâneo
do papiro.
Talvez
os botânicos discutam sinonímias e derivações com a espécie sua parente Betula
pubescens, de muito mais vasta geografia euroasiática e símbolo nacional da
Rússia; talvez os florestais tenham até utilizado alguns híbridos mais
eficientes em plantações de outrora; mas todos concordam que esta espécie é
endémica da Península Ibérica.
jef,
2020
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